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Blog Pharus

Competências e habilidades para a pesquisa

Camaleão em closet
Sobre competências e habilidades para a pesquisa é sobre o que vou versar hoje, compartilhando alguns traços da minha formação profissional.

O início do desenvolvimento  das competências e habilidades para a pesquisa

Muito antes de eu ser mentora acadêmica, nos idos de 1987, iniciei minha trajetória profissional, participando da cena teatral paulistana. Para você ter uma ideia, nos anos 1990, São Paulo tinha cerca de 80 casas de espetáculo. Ou seja, o volume de produção era grande e a qualidade técnica altíssima, logo as possibilidades para desenvolver competências e habilidades era bastante presente.
 
Desse modo, depois de fazer de tudo um pouco, como ser camareira, contra-regra, bilheteira, passei a atuar nas funções que me interessavam desde o início, a saber:
 
  • Produção executiva

Com efeito, ocupava-me de olhar o todo da produção, as demandas de cada equipe (de luz, de som, de figurinos), planejando a agenda de produção, dialogando com o diretor e com cada criador: iluminador, figurinista.
 
  • Produção de campo

De tal sorte que é a parte da equipe de produção, que se ocupa de buscar o que está na rua, de fazer compras e do mais interessante: encontrar, emprestar, permutar o que não se compra, como objetos antigos, ou como aconteceu na montagem de O Quarteto (no cinema, Ligações Perigosas), para a qual o diretor pediu um caminhão – literalmente – de correspondências. Para ficar em um exemplo só.
 
  • Administração de temporadas

Nessa atividade, diferente da de produção, que se inicia de três a seis meses antes da estreia, a administração começa, por assim dizer, no dia da estreia e se ocupa do andamento da temporada, cuida que as condições sejam contempladas e tudo esteja pronto tecnicamente ao terceiro sinal*.
 
  • Pesquisa e as competências e habilidades

Já, em 2005, eu fui trabalhar em uma instituição de investigação e desenvolvimento que atuava com projetos de pesquisa para fornecer dados, informações e elaborar análises para o desenvolvimento de políticas públicas. Além disso, executávamos projetos de intervenção, ou seja, ações de políticas públicas. Ambos os tipos de projetos visavam aos direitos linguísticos e fomentavam especialmente a área educacional. Mais tarde, passei também a atuar como coordenadora executiva da instituição.
 
  • Pesquisa e outras áreas

Então, você me pergunta: o que o teatro tem a ver com a pesquisa na tua vida?
 
Bem, tem a ver ressignificar as capacidades de planejamento, de olhar macro e micro para as equipes, de cumprir metas, pois dificilmente uma data de estreia é mudada; de ser criativo para encontrar soluções; de manter o andamento da temporada, mesmo com o inusitado a cada apresentação, foram elaboradas e significadas por mim. E, mais tarde, ressignificadas nas tarefas de coordenar e/ou participar de projetos de pesquisa e de intervenção.
 
Logo, isso me parece importante falar, porque não é raro os mentorandos não enxergarem, nas demandas de sua pesquisa, as capacidades e habilidades que desenvolveram em outras atividades – por mais distantes de pesquisa que elas sejam (ou pareçam ser).
 
Assim, o contrário também ocorre, isto é, a incompreensão de que qualquer que seja a tarefa de hoje, pode ser de empacotador, de estoquista, de secretária, todas elas – se vivenciadas em sua potência – proporcionarão habilidades e competências que podem, e devem ser ressiginificadas! Pense nisso!
 
*sinal que indica o início da apresentação.
Seguimos!
Fonte da imagem: Pixabay
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Márcia Sagaz

Mestre em Linguística – Sociolinguística/Política Linguística, pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2013)

Título da Dissertação: Projeto Escolas (Interculturais) Bilíngues de Fronteira: análise de uma ação político-linguística.

Licenciada em Letras – Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009).

Especialista em Design Instrucional, pelo SENAC.