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Pesquisa e resultados: Mapas Linguísticos

Capa do livro Mapas linguísticos, no qual há um mapa de zona de fronteira em pesquisa

O livro Mapa linguísticos representa cartograficamente a presença de línguas em zona de fronteira, sendo a primeira ação nessa direção. Desse modo é resultado de pesquisa.

O Diagnóstico

Desse modo, em 2012, coordenei, pelo Instituto de Investigação em Política Linguística (IPOL), o Diagnóstico Sociolinguístico, com o objetivo de coletar dados e informações para o Projeto Observatório da Educação na Fronteira (OBEDF), Com o fim de fazer parte do Programa Observatório da Educação (OBEDUC), ou seja, uma parceria de pesquisa entre CAPES, INEP e SECADI. Edital 038/2010. Convênio OE n. 2107, sendo um de seus resultados a publicação do livro “Mapas Linguísticos”, de minha autoria juntamente a Rosangela Morello.

A preparação dos instrumentos

Com efeito, essa etapa do processo foi uma das mais interessantes, pois o projeto oportunizou, aos participantes, refletir, testar, discutir, problematizar. Tudo isso com o vagar que a atividade de pesquisa exige.

Assim, com uma equipe de linguistas, estudantes de Letras e gestores inquietos intelectualmente, realizamos o trabalho a muitas mãos, mentes e corações. Foram muitas idas e vindas de muita reflexão e desejo de construir instrumentos os mais adequados possíveis (se você lembra do que eu disse no texto “Questionando o questionário” sabe do que estou falando) para a fronteira. Afinal, esse é o primeiro mapeamento representando cartograficamente a presença de línguas em zona de fronteira.

Os dados nos mapas

Dessa forma, no livro, são apresentados os dados coletados por meio dos questionários sociolinguísticos, em oito mapas que buscam responder às seguintes perguntas:

  • Em que língua aprendeu afalar?
  • Que língua fala em casa? Que línguas lê?
  • Que línguas fala fora de casa?
  • Que língua acha fácil?
  • Que língua acha bonita?
  • Que língua gostaria de aprender?
  • E, que língua(s) você aprendeu a falar?

Assim, cada mapa traz informações e breves análises, que deverão ser, ainda, complementadas com a publicação do livro Diagnóstico Sociolinguístico.

As fronteiras

Desse modo, estivemos em Mato Grosso do Sul, Rondônia e no Acre, respectivamente fronteira com Pedro Juan Caballero, Paraguai, Guajará-Mirim e Epitaciolândia, na Bolívia, e ali coletamos dados e informações em cinco escolas participantes do OBEDF.

Faixa de fronteira

No Brasil, a faixa de fronteira estabelecida por lei desde 1979 é de 150 quilômetros. Nessa faixa, estão localizados 11 estados e 588 municípios, nos quais vivem cerca de 10 milhões de habitantes.

A pesquisa, conforme explicam as autoras, teve  por objetivo: “O diagnóstico da situação das línguas nas escolas tem como objetivo amplo conhecer as línguas que os alunos, o corpo docente, o pessoal de apoio/funcionários e os gestores falam, conhecem, entendem e com as quais se identificam, assim como o contexto de imersão, a cidade, a fronteira. Com essas informações, objetiva-se proporcionar aos docentes e gestores reflexão sobre a presença de outras línguas, além do português, nas escolas.” (SAGAZ; MORELLO, 2014, p. 9).

Vale a pena conferir! Outras informações, acesse o nosso portfólio.

Seguimos!

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Márcia Sagaz

Mestre em Linguística – Sociolinguística/Política Linguística, pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2013)

Título da Dissertação: Projeto Escolas (Interculturais) Bilíngues de Fronteira: análise de uma ação político-linguística.

Licenciada em Letras – Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009).

Especialista em Design Instrucional, pelo SENAC.