Uma atividade e muitas competências estão incluídas na revisão de texto.
O mesmo ocorre com o título da atividade: revisão de texto, revisão textual, correção ortográfica, formatação de texto, revisão gramatical e tantos outros nomes que chegam até nós.
Entendemos que essa profusão de expressões ocorre porque a revisão é tudo isso, ou seja, vários trabalhos em um.
O processo
A revisão de texto é um importante processo de leitura – atenta, metódica e sistemática – que aponta e resolve problemas de diversas naturezas: ortográficos, gramaticais, de simples pontuação, de complexa regência, de concordância, de falta ou confusão de sentido, de significado das construções e do que mais surgir. Não raro nos deparamos com algo inusitado para ser resolvido, pois cada texto é particular.
Além disso, de acordo com o gênero, os elementos essenciais que deverão estar presentes no texto a ser revisado precisam ser localizados, e, mais que isso, necessitam ser garantidos!
Nessa mesma perspectiva, incluem-se a identificação dos objetivos da escrita (por que se fala?), da pessoa do discurso (quem fala?), do público-alvo/leitor (para quem se fala?) e dos resultados esperados (para que se fala?). Tudo isso em um processo singular, que problematiza, corrige e aponta caminhos, sempre em diálogo com o autor.
Muitas competências
Bem, se os problemas são de diversas naturezas, seriam necessárias diversificadas leituras, que deveriam ser realizadas por diferentes profissionais, certo? Sim. Mas isso nem sempre acontece. Primeiro – e já nos desculpando pelo lugar comum – a realidade, na maioria das vezes, não oferece condições para que o ideal se concretize.
E, invariavelmente, todas as etapas de uma revisão são concentradas no trabalho de um único revisor – o textual. Com sorte, o texto passa pelo crivo do organizador. E, com mais sorte ainda, por um revisor técnico, especialista na área do conhecimento na qual o livro está inserido.
Nesse lugar utópico, um livro deveria passar por diversas etapas até chegar às mãos, e aos olhos, do leitor final. Em linhas gerais, quando o autor encerrasse a primeira versão (que já não seria mais a primeira para ele, pois releituras e ajustes foram realizados), entrariam em cena, nesta ordem: o beta reader, o editor, o organizador, o revisor técnico, o revisor textual, o design gráfico, o diagramador e o revisor de provas.
Concluindo
Na vida como ela é, tanto em coletâneas científicas, trabalhos acadêmicos, como biografias e livros de história, temos, muitas vezes, bem menos que isso, cabendo ao revisor de textos se desdobrar em muitas das funções e, ainda assim, seguimos!
Agora dá para entender porque é tão difícil denominar o trabalho do revisor de texto?!
Nossos agradecimentos à Claudia Leal Estevão, uma das mosqueteiras, pela leitura sempre atenta!
Fonte da imagem: Pixabay
*Este post foi escrito a quatro mãos. Além de mim, Bianca Santos, graduada em Letras Português, redatora, revisora textual e conteudista, assina este texto.