O que você quer ser quando crescer é a pergunta que não quer calar! Nem sempre escolher a profissão é tarefa fácil.
A primogênita e a profissão
De uma família com quatro filhos, sou a mais velha; e ser a primogênita tem vantagens (será?) e desvantagens. Entre as desvantagens, está não ter, por um tempo da vida, um irmão sequer para brincar.
Por isso inventava minhas brincadeiras e as executava sozinha. Uma das favoritas era brincar de aula. Adivinhe quem era a professora.
Montava a sala de aula no quintal e ali tudo acontecia! O que mais gostava de fazer era contar as folhas bem rápido com as pontas dos dedos, pois isso significava que era uma professora experiente! Gostava de distribuir os papéis para meus alunos imaginários, cada um em sua carteira, e de corrigir as tarefas igualmente imaginárias, com grandes Cês ou Xises!
A primeira profissão: o teatro
Os anos se passaram; eu cresci e fui ser produtora de teatro em São Paulo, nos idos dos anos 1980–1990. O sonho de ser professora estava esquecido.
Nos anos 2000, quando fiz minha inscrição para o vestibular, não me dei conta, mas a semente estava brotando: a opção foi licenciatura.
Não posso me lembrar, ao certo, mas, em algum momento do trajeto acadêmico, percebi que meu sonho de criança estava sendo realizado; afinal, eu ia ter um diploma no qual estaria escrito “licenciada”.
A profissão atual: a academia/universidade
A atuação como mentora para trabalhos acadêmicos, a relação com os alunos, o suporte, a orientação, a atenção que cada um que chega precisa, afinal, muitas vezes, estão se sentindo sozinhos no caminho, fazem cada vez mais sentido na minha história não linear que, apesar e por causa das voltas, levou-me a ocupar o lugar de professora: agora não mais imaginária.
A resposta à pergunta inicial nunca esteve tão clara.
E você, o que quer ser quando crescer?
Seguimos!
Fonte da imagem: Coisas de Menina