As normas da ABNT não são as únicas utilizadas em trabalhos acadêmicos. De qualquer modo, não sabemos exatamente quando a normatização, ou seja, a elaboração de normas técnicas começou, mas há quem especule que foi há 4.500 anos com os egípcios! Não apenas tratam de textos acadêmicos. Com efeito, abarcam diversas áreas, como arquitetura, engenharia, a indústria em geral e muito mais!
Motivos para empregar as normas ABNT
De qualquer forma, como tudo nessa vida, surgiu a partir de uma demanda. Em princípio, no caso, dos textos acadêmicos, a necessidade era de comparar estudos, então a medicina, a biologia teriam sido, talvez, as primeiras que tiveram essa precisão.
Atualmente, mais do que nunca, a urgência é em organizar a informação em meio a este mundo de dados no qual vivemos, de modo que as peças científicas possam ser encontradas pelos motores de busca, armazenadas adequadamente nas bases de dados etc. Concluindo, essa é uma justificativa para o uso das normas, a inserção dos textos no mundo técnico-científico.
Mas há outros motivos para o emprego das normas ABNT, a saber:
1) não gastar tempo em decidir sobre detalhes, como se se coloca ponto ou traço em um título de seção. Afinal é só ver o que a norma preconiza, aplicar e seguir a diante. Coisa que você pode fazer ou solicitar a um revisor.
2) refletir sobre a organização do texto. Por exemplo, a norma orienta sobre a numeração progressiva, isto é como se numera as seções, e sobre elementos a elas ligados, como “Toda seção deve ter texto atribuído a ela”, mas quem estabelece a hierarquia das subseções é você, quem se questiona se há demasiadas divisões e pratica a habilidade de (re)articular as ideias é você! Logo, a norma dá o norte principal, o que não é pouca coisa.
Além disso, uma razão mais:
3) reconhecer a autoria, indicando que alguém que não é você construiu aquela ideia, aquele conceito com o qual você concorda ou discorda. Ou seja, que há outras vozes no texto além da sua e elas são explicitadas pelas citações e suas chamadas, autor-data, por exemplo.
Em seguida, você diz, mas por que as chamadas de autores (autor-data) têm que ser sempre em caixa alta quando estão fora dos parênteses e baixa quando estão dentro? Simplesmente por ser esse o padrão estabelecido de modo que o leitor não tenha a cada vez que se deparar com uma chamada interpretar o que ela significa. Concentrando-se no que importa: a discussão contida no texto.
Igualmente, mais uma razão:
4) ser generoso e gentil com o leitor. Essa é uma obrigação de todo autor, isto é fornecer informações, como que obras consultou, de onde retirou certa imagem ou se a elaboração da tabela é sua ou não. A indicação de fontes e a lista de referências, assim, são como uma estante de livros, artigos etc. na qual o leitor tem acesso àquilo que o autor do trabalho acadêmico também teve.
Concluindo:
Muitas pessoas dizem que a tratar das normas é cansativo – não há dúvida que pode ser, sim, uma tarefa para especialistas – que em geral são os revisores., mas mais cansativo é brigar com as normas.
Por isso, eu quis trazer aqui, mais do que técnicas de normalização, argumentos para sua aplicação. Pois, se você está preparando uma peça científica, saiba: as normas fazem parte disso, seja pela vocação que têm para a divulgação da ciência, pela capacidade de nos fazer pensar sobre a organização do texto e sobre o tecido textual impregnado de outras vozes além da do autor, ou pela potência em nos fazer pensar no leitor.
Desse modo, há muitas normas relativas à documentação. Ao final deste texto temos uma lista. As mais usadas estão em destaque.
Algumas normas
Normas Técnicas da ABNT – Documentação:
- NBR 2108 Informação e Documentação – número padrão internacional de livro (ISBN)
- NBR 5892 Norma para datar
- NBR 6021 Apresentação de periódicos
- NBR 6022 Apresentação de artigos em publicações periódicas
- NBR 6023 Informação e documentação – Referências – Elaboração
- NBR 6024 Numeração progressiva das seções de um documento
- NBR 6025 Informação e Documentação – Revisão de originais e Provas
- NBR 6026 Legenda bibliográfica
- NBR 6027 Sumário
- NBR 6028 Resumos
- NBR 6029 Apresentação de livros
- NBR 6030 Apresentação de ofício ou carta formato A-4 (Manual da Presidência da República)
- NBR 6032 Abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas
- NBR 6033 Ordem alfabética
- NBR 6034 Preparação de índice de publicações
- NBR 9577 Emprego de numeração de semanas
- NBR 10520 Informação e Documentação – Citações em documentos – Apresentação
- NBR 10521 Numeração Internacional para Livros – ISBN
- NBR 10523 Entrada para nomes de língua portuguesa em registros bibliográficos
- NBR 10525 Abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas – ISSN
- NBR 12225 Títulos de lombada
- NBR 12256 Apresentação de originais
- NBR 12676 Métodos para análise – Determinação de seus assuntos e seleção de termos de indexação
- NBR 12899 Catalogação na publicação de monografias
- NBR 13031 Apresentações de publicações oficiais
- NBR 14724 Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação
- P-TB-49 Terminologia de documentos técnico-científico
* Em destaque as mais utilizadas em trabalhos acadêmicos.
Agradeço à Patrícia Costa, revisora textual e designer instrucional, pela cessão da compilação das normas sobre documentação.
Seguimos!